terça-feira, 6 de abril de 2010

A Greve

Retornaram as chuvas. Retornaram os colegas grevistas.
Nos rostos a mesma estampa: Um mixto de frustação, revolta, insatisfação. O dever foi realizado, contudo, a sensação foi de não ter sido cumprido.
Olhos tristes, feições cansadas. Retornaram tal qual a chuva: fria, quieta, mansa... Afinal lutar com um inimigo que possui todo o aparato, o poder de um estado, onde situa-se uma cidade, considerada entre as maiores do mundo, não é tarefa simples, nem tampouco fácil.
Não foram recebidos com tapetes vermelhos, nem com abraços efusivos, pois a "máquina" que nos oprime é cruel! representa muito bem o conceito do capitalismo selvagem e desumano, faz com que muitas pessoas esqueçam que só seremos fortes para enfrentá-la se nos unirmos. E não dá para se unir com tantas mentiras, tantas ilusões, tantas necessidades...
E retorna a chuva, ela trás esperança, pois a vida recomeça em cada manhã, para todas as formas de vida, para todas as pessoas...
A "máquina", embora tenha vencido esta batalha, esta longe de vencer a guerra! Porque milhares de pessoas ousaram desafiar seu poder! Expuseram suas mentiras, sua covardia, sua corrupção, sua deslealdade que usa e usou de todos os meios para manter seus ideais mesquinhos.
A "máquina" mentiu, enganou, mordeu...!
A "máquina" terá que engolir tudo o que foi mostrado: as filmagens, as centenas de fotos, as milhares de pessoas reunidas, acoadas, tangidas, mas felizes, vitoriosas.
A "máquina" terá que engolir todas as mentiras, o "não", o "basta", gritado tão alto, que ainda estremece o meu coração!
A "máquina" terá que nos engolir! e tomara que o refluxo seja traumático! E bem amargo!!!

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